sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

O DIA DAS ABELHAS

Mel é vômito de abelha. Disse isso para o meu filho, e ele adorou. Contou para os amigos na escolinha, mas eles não acharam tão divertido. A professora também não.
- A professora disse que mel não é vomito (ele diz “vomito”.), Mas é né, papai?
- É, sim.
E é. A abelha recolhe o néctar das flores e o “engole”, digamos assim. Dentro dela, enzimas e outras secreções próprias do seu corpinho são acrescentadas ao néctar e, enquanto ela voa alegremente para a colmeia, a mistura vai se transformando em mel, só que mel aguado. Na colmeia, ela vomita a substância, que outra abelha suga. E vomita. Aí outra suga. E vomita de novo. Assim, de vômito em vômito, a coisa vai se transformando em mel. Então, chega um cara com uma roupa de tela, rouba todo o produto do trabalho das abelhinhas, envasa e vende no super. Dias depois, você come o vômito com pão e café de manhã.
Contudo isso em homenagem a essa data querida de hoje, o começo da Primavera. Hoje, como você sabe, o dia terá exatamente a mesma duração da noite. A partir de amanhã, os dias aumentarão e as minissaias encurtarão, até que cheguem os dias cálidos e os praianos se mudem para a orla. Mas, além da mudança de clima, você também sabe que, na Primavera, as flores desabrocham e colorem e liberam seus odores, o que tem a ver, exata e precisamente, com as abelhas. É que elas, as flores, enfeitam-se perfumando-se todas pelo mesmo motivo que as fêmeas humanas se enfeitam e se perfumam; para se tornarem atraentes. No caso das flores, óbvio, elas não pretendem atrair nenhum galalau barbudo de vinte e poucos anos de idade,  e sim ... as abelhas.
São as abelhas que, ao sugar o néctar, se roçam no pólen, que fica grudado aos seus pequenos pés. Como elas passam o dia de flor em flor, levam o pólen de uma para outra. E o pólen, é toscamente definido, o esperma das flores. Logo, são as abelhas que fecundam as flores. Quando você vê uma abelha numa flor está, de certa forma, vendo uma cena  de sexo vegetal, com a inclusão de um animal.
A primavera é mesmo uma festa.
Com a chegada da primavera, não só as flores aparecem. As pernas também ...

(Jornal Zero, dia 23/09/2012 – David Coimbra)

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Biografia Melipônica

            Nasci na localidade de Barro Preto, interior, 9 km, do município de Espumoso/RS.
Meu pai era fazendeiro, possuía três propriedades, uma só para vacas de cria, outra para a engorda de gado (bois) e a outra para bezerros desmamados e afins.
Na nossa morada (casa de alvenaria), tínhamos cata-vento que nos proporcionava a luz para casa e também ouvir rádio. Meu pai não perdia uma notícia no jornal do “reporte Esso” como era chamado na época. Papai cuidava do campo, e do gado, especialmente a pastagem e nos dias chuvosos capinava todos os “inços” (capins). Ele era muito organizado, muito enérgico, não admitia que filho dele fumasse, bebesse ou andasse na “orgia”.
Tínhamos uma casa confortável, com água potável, minha mãe tirava leite das vacas e eu desde pequeno auxiliava minha mãe e meu pai.
Atrás da casa havia um pomar com quase todas as espécies de frutas, um parreiral muito bem cuidado, tudo fechado.
Papai plantou eucaliptos ao retor da mangueira para banhar o gado, e outros cômodos para os cavalos, encerra e demais dependências para manter o gado próximo de casa.
Debaixo das árvores frutíferas meu pai tinha de 10 a 12 caixas das abelhas europeias, aliás, muito mansas.
Ele colhia mel todos os anos, em grande quantidade. A nossa família consumia pão, nata e mel, além de salame e queijo. A minha mãe fazia chá com folha de laranja, cidreira e mel, fervia em brasa e quando estava bem quente, adicionava leite e depois tomávamos antes de dormir para curar gripe, dor de garganta, febre. A mamãe fazia isso toda a semana quando era inverno. Por sinal o inverno na época era muito rigoroso e eram meses de frio intenso.
Após o almoço meu pai costumava tirar uma sesta e não queria barulho de nenhum tipo. Então eu costumava levar uma cadeira e sentar próximo as colméias para ver as abelhas trabalhar, porque elas eram muito mansas, como se dizia na época. E assim eu passava todos os dias horas e horas na frente das caixas, e, lembro-me que nunca fui picado.
Quando papai tirava mel eu o auxiliava, e a gente procedia da seguinte forma: o meu pai usava camisa de mangas compridas e eu também, levávamos uma bacia enorme, uma espátula para remover a tampa, uma faca bem afiada e um pano velho acesso para fornecer um pouco de fumaça para espantar as abelhas. Agente sentava (eu e papai) em dois bancos de madeira. Assim foram anos.
Aos sábados a tarde e domingos eu costumava andar pelo mato para ver se achava algum ninho de abelhas. Costumava levar um facão bem afiado e cada árvore que eu vistoriava costumava dar um corte profundo sempre no lado esquerdo.
Localizei alguns ninhos de plebeias e uma tubuna em meados de 1956.
Pedi ao meu irmão mais velho para me ajudar a cortar a árvore, botar o enxame numa caixa de madeira que ele fez para mim, bem simples, madeira fina, bem rústica.  O corte foi feito com machado. Era trabalhoso, mas comíamos o mel que não era tão azedo como hoje. À noite fomos buscar a caixa no mato, porque eu tinha medo de ir sozinho à noite. Meu mano disse que teria que buscar à noite porque as formigas poderiam invadir a caixa e matar os mirins.
Alguns meses depois cortamos outra árvore e retiramos mais um enxame de plebeia. Eu passava o tempo todo cuidando delas, sentava ao redor num banco de madeira para admirá-las.
Um tempo após meu irmão resolveu cortar uma canela já velha com o enxame de tubuna, mas eram muito bravas, só comemos o mel e, deixamos o enxame no próprio tronco.
Passados alguns anos, mais precisamente no ano de 1960, achamos um cortiço de manduri. Tinha muito mel, deixamos o enxame no próprio tronco da árvore, porque não tínhamos madeira para fazer caixa e colocar o enxame para trazer para casa. Dias depois fomos lá com uma caixa, mas não havia uma só abelha sequer. Fiquei muito triste com a perda. Depois nunca mais achamos outro enxame em nossa propriedade daquela espécie.
Anos mais tarde um vizinho que jogávamos bola sempre nos sábados à tarde me disse que havia achado uma abelha no chão perto da casa dele. Ele (Arquilau Lisboa) disse-nos que a abelha se escondia e o nome dela era “camatim” expressão popular (hoje é a mel do chão ou guiruçu). O nosso amigo de infância, Arquilau Lisboa, foi vice prefeito de Caseiros em 1996, um município do interior do Rio Grande do Sul.
Quando eu completei 15 anos meu pai me matriculou num Colégio interno na cidade de Não Me Toque/RS. Havia o campo de futebol do Esporte Clube Colorado daquela cidade, e no do colégio jogávamos bola todas as quartas-feiras naquele campo. Como havia um mato ao redor do estádio eu costumava, depois do jogo, olhar nas árvores para ver se achava outro enxame de “mirins”. De tanto procurar achei um num cambota, bem alto, mas como era árvore grossa eles não permitiram que eu tirasse o enxame. Fiquei muito triste na época.
Nas férias eu vinha para casa e a primeira coisa que eu pedia para minha mãe era minhas caixas de mirins e o meu galo fino. Mamãe tinha bastantes galinhas caipiras e eu tinha as minhas inclusive eu tinha um galo fino, vermelho, muito manso que também era uma das minhas paixões. Minha mãe me disse que outro irmão meu costumava “chupar” o mel dos mirins. Eu chorava muito por causa disso.
Em 1963 fui estudar na cidade de Cruz Alta/RS. Meu pai arrumou uma “pensão” para eu morar e estudar. A dona da pensão tinha galinhas, vacas de leite. Meu quarto era o numero 05. Depois entrei para o exercito e estuava de noite, fazia o Curso Científico à noite. Em setembro de 1.963, me formei Cabo do exército. No ano de 1964 retornei a Cruz Alta/RS para fazer Ciências Contábeis.
Em 1965 meu pai foi morar em Chapecó-SC. Em setembro do mesmo ano, fui visitar meus pais em Chapecó e conhecer a cidade.
Próximo ao antigo DER havia um muro e eu passando, de repente percebi umas abelhinhas voando, voando, era um enxame de jatais, mas nunca havia visto aquele tipo de abelha, nem tampouco eu sabia o nome, só sabia que eram mirins.  Apaixonei-me.
Quando conclui a faculdade em Cruz Alta/RS vim de mudança, em dezembro de 1966, para Chapecó. A primeira coisa que fiz foi dirigir-me até o local para ver se as abelhas ainda estavam lá. Sorte minha estavam e era um enxame com um pito enorme.
Na mudança trouxe as minhas mirins em duas caixas apodrecendo e até com vergonha do tipo de caixas.
Em 1967, após meu casamento, fui residir com minhas cunhadas, próximo a Rádio Chapecó levando as mirins. Algum tempo depois localizei um enxame de jatai no muro do lote de um vizinho e eu, escondido, comecei a cavar até consegui capturar o enxame. Foi uma conquista maravilhosa.
Em 12 de março de 1969 tirei meu alvará de contador como autônomo. Comecei junto com meu pai a visitar o interior para buscar novos clientes e oferecer serviços de imposto de renda, ITR e contabilidade.
Visitei a comunidade de Vila Fernando Machado e Linha Bento. Conheci seu Alcides Tressoldi na ocasião. Disse-me que iria montar uma Tissot (eu não sabia o que era). Na realidade era uma Serraria. Fiquei feliz, animado e realizado, pois pensava na época que iria conseguir muito enxames de abelhas. Foi o que efetivamente ocorreu. Conheci um motorista de nome Lauro Hermes e um motossereiro, Francisco Tressoldi, este um grande amigo, uma pessoa simples, como eu, uma pessoa muito legal, tornando-se um dos maiores amigos que tive. Todos os enxames que eles achavam no mato, cortavam o tronco e me presenteavam com os mesmos. Na época eu colecionava canivetes e facas e, a cada enxame, lhes cedia um canivete ou uma faca de acordo com o tipo de abelhas que recebia. Tínhamos até uma parceria com as jatais e apis. Depois o seu Francisco Tresssoldi ficou doente, teve 3 tumores na cabeça e faleceu em janeiro 2007. Senti muito a perda do amigo. Era um local muito propício a criação das abelhas. Ele fazia as caixas de madeira e eu as divisões. Já estávamos com 22 colmeias, elas produziam um excelente mel. Ele também colhia mel de apis e nos vendida e eu o comercializava, porque era de excepcional qualidade. A localidade de Linha Bento Gonçalves, município de Cordilheira Alta/SC, é um local propicio a produção de mel e um dos melhores mel de apis que temos colhido. Após este acontecimento trouxe minhas abelhas para Chapecó. Hoje tenho duas colmeias de apís na terra do seu Ivanor Breansini onde colhemos anualmente mel de apis de finíssima qualidade.
Em 1976 conheci o Dirceu Constante Peruzzo e o Domingos Turmena, ambos meus amigos, em cujos locais tenho minhas jatais, tubunas, manduris e vorá para produção de mel até hoje.
Nessa época, também através de seu Antônio F. de Carvalho, conhecemos nosso amigo e mestre Jean Carlos Locatelli de Souza, que neste lapso de tempo tem nos fornecido enxames de mandaçaia (as primeiras em 1997), depois guaraipos e outras e a quem buscamos obter conhecimento, e sem ele nada seríamos e o pouco que aprendemos foi dele exclusivamente.
Minha esposa era professora lotada no Colégio Estadual Bom Pastor de Chapecó/SC, e eu fazia parte da diretoria da APP do Colégio. Na ocasião havia doado a Diretora irmã Gisela Kops, uma colmeia de jataí. Posteriormente fomos convidados para um retiro realizado no referido colégio, oportunidade em que conhecemos um Padre de Caxias do Sul/RS, e no momento não posso precisar o nome dele. Após o retiro a irmã Gisela nos apresentou como criador de abelhas jatais. Este ficou imensamente interessado e nos estimulou na criação destes insetos, orientou-nos para dar uma colher todas as manhãs em jejum para as crianças, como forma de prevenir doenças e, notadamente para a garganta, dado que eu havia relatado que meus filhos apresentavam problemas de amigdalas.
A Zuleika, nossa primeira filha, com 4 anos de idade teve que submeter-se a extração das amigdalas, o segundo filho Giuliano também com 4 anos apresentou problema idêntico. Já para o terceiro filho, Saulo, começamos a dar de manhã e à noite uma colher de sopa de mel de jatais TODOS os dias até completar 10 anos. Conseguimos, com o mel, que ele não precisasse fazer a cirurgia. Depois o Matheus (do segundo casamento) também tomou mel até os 10 anos e não teve problema. Tudo conforme orientação daquele Padre que, inclusive, recomendou-nos tomar babosa com mel, e utilizar a babosa e o mel para feridas e outras enfermidades.
Em 1984 conheci o Ivanor Sfredo de Caxambu do Sul/SC, grande pessoa amiga. Cedeu-nos a sua propriedade e a de seu pai em Dom José para colocar caixas de abelhas para produção de mel até hoje. Em Caxambu do Sul temos mandaçaias e guaraipo que já estão produzindo mel para nosso consumo.
Enfim para concluir temos colmeias em diversas residências de Chapeco, familiares e amigos posto que o espaço em nosso lote é pequeno. Hoje nos dedicamos com a criação de diversas espécies para produção de mel, própolis e pólen, este, por ora, só para consumo.
O nosso objetivo é ter um acervo com as espécies disponíveis e adaptáveis á nossa região, um cadastro com criadores, pessoas físicas de todo o oeste, nos mais longínquos horizontes.
Em nossa casa, não pode faltar mel, própolis e pólen que é a base de nossa alimentação e prevenção de gripes, resfriados.
 
 

sábado, 16 de abril de 2011

Própolis

Própolis é uma substância resinosa produzida pelas abelhas a partir do broto de certas plantas. Cada espécie de abelha é utilizada para um fim no mercado, segundo o interesse do apicultor. Por exemplo, as caucasianas são as mais indicadas para a produção de própolis e a polinização de sementes. Isso se deve ao fato de terem a língua mais comprida. Esses insetos usam a própolis para vedar ou envernizar seus favos.  
A própolis também é utilizada como um anti-séptico no tratamento de feridas e queimaduras e fornece verniz para a impermeabilização de madeira e de couros.

É, ainda, um antibiótico natural.

Recentemente, foi descoberto que a abelha africanizada também está produzindo uma preciosidade medicinal que é a própolis verde.

A própolis verde é uma substancia bastante consistente, de cor escura, resinosa, que as abelhas produzem a partir de diversos tipos de resina que encontram nas plantas. A própolis é usada para fechar todas as frestas existentes na colméia para evitar a entrada de intrusos e correntes de ar indesejadas, pois a colméia precisa ter uma temperatura uniforme e estável. Dessa forma, o lar das abelhas torna-se uma unidade selada e bem protegida.

O nome própolis é constituído de duas palavras gregas: pro = em favor de + polis = cidade. Tem tudo a ver.

Anteriormente ninguém dava valor a essa substância. Depois que pesquisas foram realizadas e descobriram-se as propriedades medicinais da própolis, esta passou a ocupar um papel importante na atividade econômica de apicultores e meliponicultores. A própolis brasileira é dez vezes melhor que a européia.

A própolis verde, recentemente descoberta, só existe no Brasil e é a melhor do mundo. Já é reconhecida como o mais eficiente medicamento natural descoberto no ocidente.

Países asiáticos e as empresas japonesas tentam comprar toda a produção brasileira, depois que comprovaram o enorme potencial terapêutico desse tipo de própolis, principalmente quando descobriram que ela é um poderoso conservante de alimentos, inclusive peixes, que são o alimento básico de sua dieta.
Infelizmente, no geral, o povo ainda não conhece ou não sabe como se aproveitar desse tesouro medicinal.

Mel e Inverno

Contrariando a velha máxima “o que amarga cura”, a doçura do mel é um forte remédio nos dias mais frios do ano. Ajuda a acalmar a tosse, aquecer o corpo, espantar o resfriado ou simplesmente, dar um sabor a mais no chá predileto. Há quem vá além e use o ingrediente em preparados de máscaras faciais. Segundo especialistas, o mel contribui para a hidratação da pele castigada pelos ventos gelados da estação.
Se não bastasse tudo isso, o doce produto combate a placa bacteriana dos dentes. Segundo a nutricionista Elidiane Pereira, isto ocorre porque uma substancia chamada peróxido de hidrogênio impede a fixação de micróbios na arcada dentária.

Mas não é bom abusar da quantidade, porque o açúcar do mel pode causar caries – diz ela.

Na lista de benefícios proporcionados pelo mel, estão os poderes diurético, calmante, emoliente, antiinflamatório, depurativo do sangue e tônico para o cérebro. Para alcançar os resultados, o ideal é substituir o açúcar comum pelo mel em sucos, vitaminas e determinados tipos de chá, como guaco, eucalipto, malva, agrião. Esta dica vale para quem não está de dieta, já que o mel é altamente calórico.

No entanto, é aconselhável não fervê-lo. O chefe de Pesquisa e Extensão Apícola da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina, Horst Kalvelage, explica que depois de atingir 45 graus, o mel passa por um processo de desnaturalização e pede todas as propriedades. Para obter toda a eficácia, opte por consumi-lo in natura.

DICAS DE CONSUMO:

  • uma colher de sopa de mel (puro) por dia,
  • usar mel em vez de açúcar refinado em sucos, alguns tipos de chás e vitaminas,
  • o mel de laranjeira ajuda a regularizar o intestino e age como calmante natural,
  • o mel de eucalipto é recomendado para problemas respiratórios,

CUIDADOS:
  • não dê mel a bebês com menos de um ano, pois existe perigo de botulismo,
  • é contra indicado aplicar mel puro no rosto, pois tende ao ressecamento e à desidratação.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Mel das Melíponas

São numerosos os relatos de que médicos populares, raizeiros e curandeiros usavam  e ainda usam mel para tratar de distúrbios e doenças gastrointestinais. O mel se dissolve muito rapidamente no sangue, penetrando no sistema circulatório em menos de 10 minutos quando ingerido  com água fresca e aproximadamente em 20 minutos com água gelada.

A EMBRAPA realizou uma pesquisa e uma tabela de composição do mel com uma informação segundo a qual o açúcar branco é mais calórico que o mel.

É importante saber que o único modo seguro para se ter certeza de que um mel é puro é por meio de análises laboratoriais e microscópicas. Entretanto, há algumas dicas que são de suma importância:
  • nos mercados, supermercados e casas especializadas, deve-se procurar pelo selo e numero do SIF (Serviço de Inspeção Federal) concedido pelo Ministério da Agricultura e pelo rótulo que os produtores costumam colocar nas embalagens;
  • é interessante verificar a marca e os ingredientes ou alguma observação;
  • provar o mel é uma dica muito interessante para sabermos se o sabor é autentico;
  • via de regra o mel tende a cristalizar com o tempo, mas não é a regra. A cristalização não significa que o mel é puro, tudo depende da florada ou da temperatura a que o produto for exposto. O mel de algumas espécimes de melíponas raramente cristaliza.

É inegável que a cristalização do mel auxilia na qualidade e pureza do mesmo, podendo ser utilizado assim ou diluído em banho-maria. Em nossa região podemos colher mel de várias espécies de meliponídeos tais como:
  • jataí: gripes, resfriados, dor de garganta;
  • tubuna: tônico pulmonar;
  • manduri: laxante;
  • mirins: digestivo, diurético e para cataratas;
  • mel de borá (vorá): protetor do fígado, icterícias e outras doenças.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

As abelhas indígenas sem ferrão (ASF)

O nosso primeiro post será uma reportagem que foi publicada no jornal “Destaques - Chapecó/SC - Edição (29/10 à 05/11).



Quando se fala em abelhas indígenas, muitas pessoas já associam com as abelhas africanas, ou seja, aquelas que ferroam ou picam a gente. Nada disso, absolutamente. As abelhas indígenas possuem o ferrão atrofiado e, por isso não picam as pessoas. Ao contrário, são dóceis, meigas e muito mansas, podendo ser criadas em sítios, casas e até em apartamento.

Também é sabido pela Bíblia, que João Batista alimentava-se de gafanhotos e mel no deserto. Esse João tinha as suas vestes de pelos de camelo, e um cinto de couro em torno de seus lombos; e alimentava-se de gafanhotos e de mel silvestre (Mateus 3:4).

Atualmente, são conhecidas cerca de 400 espécies distribuídas em aproximadamente 40 gêneros, sendo que mais que 70% dessas espécies ocorrem nas Américas. As abelhas sem ferrão pertencem à subfamília Meliponinae, e por isso são denominadas melíponas.

Os meliponíneos estão divididos nas tribos Meliponini e Trigonini, que agrupa um grande número de gêneros, distribuídos em toda a área em que está a subfamília.

As primeiras são formadas pelo gênero Melípona, exclusiva da região neotropical, na América do Sul, e suas espécies principais que são:
·         Mandaçaia – melípona quadrifasciata
·         Urucu – melípona scutellaris
·         Jandaira – melípona subnitida
·         Guaraipo – melípona bicolor
·         Manduri – melípona marginata
·         Tujuba – melípona rufiventris

A tribo Trigonini está distribuída em toda a área de ocorrência da subfamília, e engloba uma série de diversos gêneros, com muitas espécies, tais como:
·         Jataí – tetragonisca angustula
·         Mirins – plebéias diversas
·         Borá/vorá – tetrágona clavipes
·         Irapuá – trigona spinipes
·         Canudo – scaptotrigona postiça

A atividade das abelhas de pousar em várias flores para recolher o néctar permite a polinização, uma fecundação cruzada, que aprimora as espécies vegetais. Portanto, as plantas e as abelhas tem uma relação simbiótica, talvez a mais significativa de toda a natureza.

As abelhas são chamadas de “insetos sociais” por causa de sua vida organizada em grupo, no qual cada indivíduo possui um tipo de função. Em uma colméia, por exemplo, há a rainha, o zangão e as operárias.
                
O mel foi a primeira substancia adoçante conhecida na Antiguidade, foi o principal recurso para adoçar os alimentos e bebidas na Europa.
                
A lua de mel tem origem nas tradições germânicas, segundo as quais era costume se casar na lua nova, quando os noivos bebiam uma mistura de água com mel para proporcionar felicidade e fertilidade.

As melíponas ou ASF (abelhas sem ferrão) como são popularmente conhecidas produzem  mel, geléia real, própolis, cera e pólen.

O mel das abelhas do gênero Melípona, é muito mais poderoso terapeuticamente do que o mel tradicional das abelhas APIS. As matas tropicais oferecem a maior diversidade botânica de todo o planeta, o que permite a concentração de excepcionais vantagens terapêuticas, muito utilizado como alimento e medicamento.