quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Mel das Melíponas

São numerosos os relatos de que médicos populares, raizeiros e curandeiros usavam  e ainda usam mel para tratar de distúrbios e doenças gastrointestinais. O mel se dissolve muito rapidamente no sangue, penetrando no sistema circulatório em menos de 10 minutos quando ingerido  com água fresca e aproximadamente em 20 minutos com água gelada.

A EMBRAPA realizou uma pesquisa e uma tabela de composição do mel com uma informação segundo a qual o açúcar branco é mais calórico que o mel.

É importante saber que o único modo seguro para se ter certeza de que um mel é puro é por meio de análises laboratoriais e microscópicas. Entretanto, há algumas dicas que são de suma importância:
  • nos mercados, supermercados e casas especializadas, deve-se procurar pelo selo e numero do SIF (Serviço de Inspeção Federal) concedido pelo Ministério da Agricultura e pelo rótulo que os produtores costumam colocar nas embalagens;
  • é interessante verificar a marca e os ingredientes ou alguma observação;
  • provar o mel é uma dica muito interessante para sabermos se o sabor é autentico;
  • via de regra o mel tende a cristalizar com o tempo, mas não é a regra. A cristalização não significa que o mel é puro, tudo depende da florada ou da temperatura a que o produto for exposto. O mel de algumas espécimes de melíponas raramente cristaliza.

É inegável que a cristalização do mel auxilia na qualidade e pureza do mesmo, podendo ser utilizado assim ou diluído em banho-maria. Em nossa região podemos colher mel de várias espécies de meliponídeos tais como:
  • jataí: gripes, resfriados, dor de garganta;
  • tubuna: tônico pulmonar;
  • manduri: laxante;
  • mirins: digestivo, diurético e para cataratas;
  • mel de borá (vorá): protetor do fígado, icterícias e outras doenças.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

As abelhas indígenas sem ferrão (ASF)

O nosso primeiro post será uma reportagem que foi publicada no jornal “Destaques - Chapecó/SC - Edição (29/10 à 05/11).



Quando se fala em abelhas indígenas, muitas pessoas já associam com as abelhas africanas, ou seja, aquelas que ferroam ou picam a gente. Nada disso, absolutamente. As abelhas indígenas possuem o ferrão atrofiado e, por isso não picam as pessoas. Ao contrário, são dóceis, meigas e muito mansas, podendo ser criadas em sítios, casas e até em apartamento.

Também é sabido pela Bíblia, que João Batista alimentava-se de gafanhotos e mel no deserto. Esse João tinha as suas vestes de pelos de camelo, e um cinto de couro em torno de seus lombos; e alimentava-se de gafanhotos e de mel silvestre (Mateus 3:4).

Atualmente, são conhecidas cerca de 400 espécies distribuídas em aproximadamente 40 gêneros, sendo que mais que 70% dessas espécies ocorrem nas Américas. As abelhas sem ferrão pertencem à subfamília Meliponinae, e por isso são denominadas melíponas.

Os meliponíneos estão divididos nas tribos Meliponini e Trigonini, que agrupa um grande número de gêneros, distribuídos em toda a área em que está a subfamília.

As primeiras são formadas pelo gênero Melípona, exclusiva da região neotropical, na América do Sul, e suas espécies principais que são:
·         Mandaçaia – melípona quadrifasciata
·         Urucu – melípona scutellaris
·         Jandaira – melípona subnitida
·         Guaraipo – melípona bicolor
·         Manduri – melípona marginata
·         Tujuba – melípona rufiventris

A tribo Trigonini está distribuída em toda a área de ocorrência da subfamília, e engloba uma série de diversos gêneros, com muitas espécies, tais como:
·         Jataí – tetragonisca angustula
·         Mirins – plebéias diversas
·         Borá/vorá – tetrágona clavipes
·         Irapuá – trigona spinipes
·         Canudo – scaptotrigona postiça

A atividade das abelhas de pousar em várias flores para recolher o néctar permite a polinização, uma fecundação cruzada, que aprimora as espécies vegetais. Portanto, as plantas e as abelhas tem uma relação simbiótica, talvez a mais significativa de toda a natureza.

As abelhas são chamadas de “insetos sociais” por causa de sua vida organizada em grupo, no qual cada indivíduo possui um tipo de função. Em uma colméia, por exemplo, há a rainha, o zangão e as operárias.
                
O mel foi a primeira substancia adoçante conhecida na Antiguidade, foi o principal recurso para adoçar os alimentos e bebidas na Europa.
                
A lua de mel tem origem nas tradições germânicas, segundo as quais era costume se casar na lua nova, quando os noivos bebiam uma mistura de água com mel para proporcionar felicidade e fertilidade.

As melíponas ou ASF (abelhas sem ferrão) como são popularmente conhecidas produzem  mel, geléia real, própolis, cera e pólen.

O mel das abelhas do gênero Melípona, é muito mais poderoso terapeuticamente do que o mel tradicional das abelhas APIS. As matas tropicais oferecem a maior diversidade botânica de todo o planeta, o que permite a concentração de excepcionais vantagens terapêuticas, muito utilizado como alimento e medicamento.